Ana Parra

Olhei-me ao espelho. Não era a minha imagem que nele se refletida. Era um vendaval de emoções e, no entanto, um vazio incompreensível.  Como poderia ser eu mesma a fazer-me sentir tão perdida? Era nítido que a minha vida atravessava momentos perturbados, e aquele reflexo competia irrefutavelmente comigo para me fazer perceber isso.  Os meus medos eram o taipal da imagem, o limite, enquanto eu não era mais que vivências, recordações que moldavam uma silhueta bem diferente daquela que algum dia pensei ver em mim.  Paradoxalmente ao número de perguntas que fazia, não obtinha qualquer resposta, pois sendo este o monólogo mais anormal, dentro da anormalidade que todos os monólogos têm, era essencial uma coragem que me faltava: a de estar preparada para ver respondidas todas as minhas interrogações.

Para este ano resolvi criar resoluções que fossem simples de concretiza r, e que fossem duradouras. Não adianta pensar em fazer exercício físico todos os dias, se eu sei que só vou cumprir a primeira semana e que vou sentir a frustração de não o fazer o resto do ano. Uma das minhas resoluções para 2020 foi ler mais sobre temas que gosto. Quando era pequena lia muito, e a vida (e a preguiça) fizeram-me perder um pouco esse hábito. E quero voltar ao tempo em que lia sempre uns pares de páginas antes de adormecer. Comecei a ler " As mentiras da Cosmética " e até agora estou a achar a abordagem muito interessante. Sem rodeios, sem ser demasiado científico, mas com uma boa base de ciência para os temas que são falados. Quando terminar dou um melhor feedback. Mais alguém com plano de melhorar o tempo de leitura em 2020?